Em meio a greves nas federais, professores da UFRJ rejeitam iniciar paralisação

Em assembleia geral realizada na virada da semana, os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) rejeitaram a proposta de greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). A paralisação foi rejeitada pela maioria dos votantes, com 546 votos contrários à sugestão do Andes contra 272 favoráveis. Se fosse aprovada, a greve iniciaria na próxima segunda-feira (dia 15).

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Enquanto os professores se decidem, ao redor do Brasil, se aderirão a uma possível greve nacional, o país, hoje, vê crescer uma “onda” de greves lideradas pelos servidores técnicos-administrativos das instituições federais de ensino superior, que reivindicam melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial.

No Rio, todas as universidades e institutos da união têm os estatutários do quadro técnico paralisados. Os impactos vão da simples emissão de documentos, como diplomas, à organização dos calendários escolares dessas faculdades.

A indignação dos grevistas é direcionada à demora do governo em responder às propostas apresentadas pelas entidades representativas. O entendimento dentro da categoria é o de que o governo federal, que se elegeu com forte bandeira voltada à Educação, deixou de lado o funcionalismo que atua nesses locais.

De acordo com relatos de dezenas de funcionários técnicos-adminsitrativos entrevistados pelo EXTRA, propostas de melhoria específicas para a categoria foram protocoladas há mais de seis meses, mas apenas recentemente houve um retorno, que não deu um fim definitivo à questão.

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Em contrapartida, o governo corre, com a criação de uma equipe, para estipular uma proposta de reformulação, sem, contudo, tratar de negociações salariais. Até agora, a rede federal tem 320 unidades em que os técnicos estão de braços cruzados.

Sindicalistas criticam governo

O diretor de Relações Institucionais da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, João Paulo Ribeiro, criticou o argumento do governo federal de que falta recursos orçamentários para conceder uma reestruturação dessas carreiras.

– As carreiras do serviço público federal seguem com prejuízos acumulados da inflação que corroeu seus salários durante os últimos governos. Com vontade política essas questões podem ser resolvidas.

Gustavo Serafian, diretor regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, vê a escalada do movimento como principal arma reivindicatória.

– Entendemos que a pressão posta pela crescente mobilização dos estatutários são os meios mais eficazes, ainda que sejam o último recurso do movimento sindical, para que o governo traga respostas efetivas.

União ressalta negociações

Em resposta às cobranças dos servidores, os Ministérios da Gestão e da Educação responderam ressaltando a criação do Grupo de Trabalho para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação.

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O relatório final do colegiado, entregue na última semana à ministra Esther Dweck, “servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação”.

Além disso, o MGI ressaltou que concedeu reajuste linear de 9% a todos os funcionários federais no último ano. E também destacou o aumento de 43,6% no auxílio alimentação do funcionalismo federal.

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