‘Foram 2.202 dias de espera’, desabafa Monica Benício, viúva da vereadora

A viúva de Marielle Franco, a vereadora e arquiteta Monica Benício, falou sobre o avanço no caso que apura o assassinato da parlamentar, ocorrido em 14 de março de 2018. Monica destaca que a prisão de três personagens — os supostos mandantes, o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, apontado como a pessoa que tentou obstruir a investigação — revelam que “a verdade começou a ser desvelada”.

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— Foram 2.202 dias de espera. Seis anos e 10 dias dessa dor que hoje não acaba, mas que encontra, finalmente, um momento de esperançar a justiça e paz, e isso é apenas uma parte do que Marielle e Anderson merecem. E nesse domingo chuvoso de março, a verdade começou a ser desvelada. O que, diante da nossa dor, é o tempo de uma vida inteira depois daquele 14 que marcou mais do que nossas vidas, marcou a nossa carne e o próprio Estado democrático de direito — disse Monica Benício.

Monica está na sede da Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, desde a manhã deste domingo. No local estão os três alvos de mandados de prisão na operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã. A viúva de Anderson, Agatha Arnaus, também chegou à unidade.

Monica destacou o nome do ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro ser apontado como parte da trama que terminou com a execução de Marielle e do motorista da parlamentar, Anderson Gomes.

— Se o nome de integrantes da família Brazão não causa surpresa ao ser revelado, a investigação da Polícia Federal traz ainda mais um integrante desta odiosa trama: Rivaldo Barbosa, o então chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Seu nome anunciado mostra que a Polícia Civil não foi apenas falha, foi cúmplice deste crime.

A vereadora continua:

— Rivaldo, que recebeu as nossas famílias logo após Marielle e Anderson serem assassinados, com o sorriso cínico que só as mais corruptas das burocracias podem produzir, nos dizendo que o caso seria uma prioridade máxima para ser solucionado o mais rápido possível. Seu nome envolto nessa execução brutal só demonstra o tamanho do abismo que vivemos no Estado do Rio de Janeiro, com instituições amplamente comprometidas nas teias mais podres do crime, da corrupção e do mercado de mortes.

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