Não há descontrole do câmbio no Brasil, diz ministro Nelson Barbosa

Nelson BarbosaA situação do câmbio no Brasil não é de descontrole, disse nesta terça-feira o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmando que o dólar se estabilizará em patamar mais elevado por realinhamento de preços.

“Não é uma situação de câmbio fora de controle. É realinhamento da taxa de câmbio a novas condições internas e externas”, disse ele em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, comentando que a alta da divisa norte-americana é mundial e advém da desvalorização das commodities.

O dólar avançava nesta terça-feira, buscando o nível de 3,30 reais pela primeira vez em quase doze anos, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve, em meio a persistentes preocupações com a situação econômica e política brasileira e com as intervenções do Banco Central no câmbio.

Às 12h50, a moeda norte-americana era negociada a 3,2676 na venda, com alta 0,71 por cento.

Procurando transmitir mensagem de otimismo em meio a uma saraivada de indicadores desfavoráveis e fatos políticos negativos, Barbosa enfatizou que o ajuste fiscal é necessário para a recuperação da economia.

“Nesse momento temos adotado medidas que podem ter impacto restritivo na economia, mas são necessárias para o crescimento”, disse, acrescentando que o governo trabalha para antecipar a recuperação para o terceiro trimestre do ano.

As avaliações sobre a economia brasileira estão sendo feitas em uma audiência tensa na CAE, com senadores da oposição cobrando explicações do governo sobre o ajuste e falando em estelionato eleitoral, a exemplo do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

“Não considero que há negação de promessas. Há a coragem de ajustar a política econômica a novas condições”, disse o ministro.

O embate entre o ministro do Planejamento e senadores da oposição ocorre dois dias depois de protestos gigantescos tomarem as ruas do país em crítica ao governo da presidente Dilma Rousseff, marcado por baixo crescimento, inflação alta e aperto nas contas públicas.

 

Fonte: Reuters

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