O presidente da Duratex, Antonio Joaquim de Oliveira, terá poucos motivos para celebrar a chegada de 2015. No próximo ano, o executivo precisará fazer mais com bem menos. Os investimentos pré-aprovados pela Itaúsa para o exercício não passam dos R$ 450 milhões. Segundo fontes ligadas à Duratex, a cifra deverá ser referendada na primeira reunião do Conselho de Administração em 2015, prevista para fevereiro. Uma vez confirmado, o montante representará um corte de 30% em relação à média de aportes realizados em 2013 e 2014, próxima dos R$ 650 milhões. A maior parte dos recursos será destinada ao plantio e à conservação de ativos florestais. A política contracionista dos Setúbal põe em risco a execução do maior dos projetos da Duratex, anunciado no início deste ano. Trata-se da construção de uma nova fábrica de painéis de madeira na cidade de Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, com inauguração prevista para 2017. 

Na companhia, não falta quem defenda o adiamento ou mesmo a suspensão do projeto de R$ 1,3 bilhão. As circunstâncias do setor não são as mais propícias para se erguer um empreendimento que lançará no mercado uma oferta adicional de 700 mil m3 de painéis. Na prática, a navalhada da Duratex pode se consumar antes mesmo do início de 2015. Até o momento, a empresa teria desembolsado efetivamente apenas R$ 500 milhões dos quase R$ 640 milhões em investimentos previstos para 2014. Não há qualquer garantia de que a meta será cumprida até o fim do ano. Ressalte-se ainda que parte expressiva desses investimentos não foi revertida em aumento da capacidade industrial, ao menos não no Brasil. A Duratex investiu cerca de R$ 150 milhões para ampliar sua participação na colombiana Tablemac. Por estas bandas, um dos maiores desembolsos em um único projeto se deu na aquisição dos ativos florestais da Caxuana, em Minas Gerais, ao valor de R$ 58,5 milhões.

Fonte: IG Relatório Reservado