BC vê mais inflação, diz que deve ser “vigilante” e aponta fim do aperto monetário

panoramaAo mesmo tempo em que elevou suas projeções para a inflação neste e no próximo ano, o Banco Central defendeu que a política monetária deve permanecer “vigilante”, enfraquecendo a expressão “especialmente” usada até então, e entende que uma fatia importante dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário na inflação “ainda está por se materializar”.

Segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, as decisões futuras do BC serão definidas “com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas”.

As ressalvas feitas pela autoridade monetária sinalizam, na visão de parte dos especialistas, que o atual ciclo de aperto monetário será interrompido no mês que vem, mesmo com os preços ainda pressionados.

“A intenção (do BC) é nitidamente dizer que não há mais nada em curso (sobre a política monetária)”, afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, para quem a Selic será mantida no atual patamar de 11 por cento em maio, na próxima reunião do Copom.

O BC ressaltou que a inflação ainda é resistente, tem se mostrado “ligeiramente” acima do esperado e que, nesse quadro, insere-se a expectativa de inflação dos agentes econômicos.

“Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido. Dessa forma, o Copom entende ser apropriado ajustar as condições monetárias”, segundo a ata.

No documento anterior, o BC defendia que era “apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso”.

Na semana passada, ao completar um ano do início do aperto monetário para combater a inflação, o BC elevou pela nona vez seguida a taxa básica de juros e indicou que o ciclo poderia estar perto do fim ao mudar seu comunicado.

Fonte: Reuters

 

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